Primeiramente quero pedir desculpas a nossos
leitores pelos meses de pouca ou nenhuma movimentação neste espaço destinado à
evangelização. E hoje, ao retornarmos às atividades, começo com um tema que
permeia toda a nossa vida de cristãos – a fé.
E não quero referir-me a ela apenas como um dom de
Deus. Ela o é? Sem dúvida, isso Jesus mesmo nos diz em Jo 6,65: “Ninguém pode
vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”. Achegar-se a Deus e crer
n’Ele sem limites é um presente gratuito dado por Ele mesmo. Todavia a fé não
para no dom.
Podemos olhá-la também como ato de confiança, afinal
todo aquele que crê verdadeiramente, confia. Um confiar que é mais do que fazer
uma oração automática todos os dias, mas entregar-se completamente à vontade de
Deus e aos caminhos que Ele sonha para mim e para você.
Na confiança implica-se outra coisa de suma
importância – a entrega. O entregar-se nas mãos d’Ele garante uma fé viva e o
senhorio de Jesus em nossas vidas. Afinal, Ele nos dá uma fé livre. LIVRE. Ou
seja, eu posso escolher se quero ou não crer n’Ele, mesmo já possuindo o dom. O
livre-arbítrio se estende também ao âmbito da fé e, talvez, principalmente a
ela. Todos os discípulos eram convidados, mas nem todos aceitavam. Podemos ler
em Mt 4,18-22 o chamado de Pedro e André à vida na fé. Eles escolheram seguir
Jesus, e foram em liberdade após o Mestre. Entretanto, o jovem rico narrado em
Mc 10,17-30 preferiu dizer não a Jesus e permanecer em sua vida velha. Ele não
quis a transformação em sua vida e as abdicações que esta implicaria.
Pensando sobre isso já temos diversos adjetivos ao
que tanto falamos em nossas igrejas: a fé é dom, confiança, entrega, liberdade.
Porém, não podemos esquecer de um dos aspectos mais importantes da fé – o
conhecimento. Como católica já cansei de ouvir católicos que não sabem a
diferença entre ressurreição e reencarnação, entre adoração e veneração. E aqui
não estou querendo criticar outras religiões, denominações e seitas. Mas, veja
bem querido irmão, a questão é muito simples. Se minha fé é vivida em
comunidade, e escolho determinada igreja ou crença, automaticamente preciso
concordar com a fé que professo e ser fiel a ela. Se vou à Santa Missa é
imprescindível que eu conheça o rito, os significados, o que diz cada frase do
Credo professado. Já dizia o Senhor através do profeta Oséias, “meu povo se
perde por falta de conhecimento.” (Os 4,6)
A partir do momento que vou a um lugar em que não
conheço a crença estou tomando para mim um jugo, muitas vezes, opressivo. E falando
como católica, afinal este blog o é, preciso ter consciência do que minha
Igreja professa e exorta. Preciso saber como se dá a crença na intercessão dos
santos, na veneração à Nossa Senhora. Saber e compreender a posição sobre o
aborto, eutanásia, homossexualismo. E não paramos por aí, porque preciso
conhecer os dogmas da Igreja se me declaro católica.
Me coloco com você na busca por um conhecimento e
entendimento melhor não apenas disso, mas de tudo que encerra a nossa fé
cristã. Os meios são ilimitados, seja por documentos da Igreja, textos de sites
confiáveis, livros de autores com boa formação e pela própria Palavra de Deus.
O importante é termos o cuidado de conhecer e, ao lermos algo, sabermos filtrar
o que passa pela nossa fé pela luz do Espírito, pois toda leitura deve ser
iniciada por uma oração pedindo o discernimento de Deus. Não confundamos
crenças, nem sentemos nos bancos de qualquer igreja – seja ela católica ou
protestante – apenas para cultivar um pouco nossa espiritualidade. Até porque a
fé não é um cultivo do nosso transcendente, mas uma escolha de vida. E sim, eu
escolhi a doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana e todo o jugo que ela
implica. Eu escolhi minha fé. E você? Já
escolheu a sua?
Thaís Nicolini de Mello
Ministério de Pregação
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