Corpus Christi

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva. Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.

Assista neste vídeo a explicação do Prof. Felipe Aquino:


Pentecostes


          Neste final de semana comemoramos uma grande festa na Igreja, a festa de Pentecostes. 50 dias após a Páscoa e Ressurreição de Jesus o Espírito Santo é enviado aos apóstolos. Mas como entendemos este Espírito Santo? Como sentimos, vemos e vivemos a presença de Deus em nossas vidas através de Seu Espírito?

          Olhemos primeiramente para o Ele como terceira pessoa da Santíssima Trindade. O Espírito Santo é Deus. Ele faz parte da Trindade Santa e é igual em divindade e graça ao Pai e ao Filho. A ascensão de Jesus, comemorada no fim de semana passado, 11 e 12 de maio, foi imprescindível para o envio do Paráclito, Espírito da Verdade, Consolador, Advogado. As denominações dadas pela Palavra são várias, mas o que importa é que entendamos – eu e você - a ação real e verdadeira que Deus quer realizar em nossas vidas pelo poder do seu Espírito.
          O dia de Pentecostes não deve ser vivido como único dia do ano em que voltamos nosso olhar para o Deus Espírito, tampouco deve ser valorizado como único dia de derramamento da graça de Deus. A vivência no Espírito deve ser vivida constantemente, todos os dias. Receber o batismo da graça, no Espírito Santo, não para em um só dia, mas nos mantêm firmes em Deus por toda a nossa vida.
          Prova disso são os próprios apóstolos, que após receberem o batismo no dia de Pentecostes não pararam mais de evangelizar e anunciar a Boa-Nova de Cristo Jesus –era o nascimento da Igreja (Youcat 118). Pedro, inclusive, tornou-se um exímio pregador. Aquele pescador iletrado, por vezes ignorante e impulsivo, discursou no dia de seu batismo no Espírito e foi instrumento de conversão para mais de 3 mil pessoas (At 2, 14-41).
          Nesse sentido temos algumas ações palpáveis do Espírito em nós. Ele nos capacita, encoraja, tira o medo e nos dá intrepidez para anunciar o Evangelho de Jesus. Além disso, derrama em nós seus sete dons e seus carismas (1Cor 12), nos cura, restaura, transforma.
          Mas hoje, véspera de Pentecostes, quero chamar a atenção para algo em especial que o Espírito Santo de Deus faz em nós. Ele nos sacia e nos tira o cansaço. Se lermos Jo 4, 1-26 conheceremos uma mulher cansada e sedenta de Deus – a samaritana. Jesus se achega a ela cansado, com sede física, e usa dessa sede e cansaço para pregar Sua Palavra àquela mulher e resgatá-la do momento que vivia. A sede e cansaço de Cristo espelhavam a situação da alma da samaritana. Jesus lhe oferece o bem mais precioso que poderia oferecer-lhe – sua Água Viva - e promete mais: “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna.”(Jo 4, 14).
          Semelhante a essa mulher, talvez eu e você estejamos na mesma situação. Com a alma cansada, fraca, com sede de Deus. Talvez tudo o que precisemos seja uma gota da Água Viva, a inundar nosso espírito com o Espírito de Deus. Diante de nossas fraquezas e limitações, crises e cansaços, Jesus vem em nosso auxílio e nos oferece a saciedade para nossas angústias. Essa saciedade tem um nome – Espírito Santo.
          Desfrutemos desse tempo litúrgico maravilhoso com o coração mais aberto a Deus, que deseja derramar em nós Sua chuva de graça. Que esse dia de Pentecostes seja um dia de encontro com Deus e de saciedade, mas que não seja o único. Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo, precisa ocorrer todos os dias em nossas vidas. Assuma hoje, com coragem, viver ininterruptamente no poder e graça do Espírito Santo, que nos mantêm fortes diante das adversidades, nos dá a sabedoria para compreendermos a Sagrada Escritura e sacia toda sede e carência que temos enquanto seres humanos.
          Jesus está te esperando no poço com a Água Viva infinita. Você quer bebê-la?

Thaís  Nicolini de Mello
Ministério de Pregação

Eu escolhi minha fé

      Primeiramente quero pedir desculpas a nossos leitores pelos meses de pouca ou nenhuma movimentação neste espaço destinado à evangelização. E hoje, ao retornarmos às atividades, começo com um tema que permeia toda a nossa vida de cristãos – a fé.
      E não quero referir-me a ela apenas como um dom de Deus. Ela o é? Sem dúvida, isso Jesus mesmo nos diz em Jo 6,65: “Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”. Achegar-se a Deus e crer n’Ele sem limites é um presente gratuito dado por Ele mesmo. Todavia a fé não para no dom.
      Podemos olhá-la também como ato de confiança, afinal todo aquele que crê verdadeiramente, confia. Um confiar que é mais do que fazer uma oração automática todos os dias, mas entregar-se completamente à vontade de Deus e aos caminhos que Ele sonha para mim e para você.
      Na confiança implica-se outra coisa de suma importância – a entrega. O entregar-se nas mãos d’Ele garante uma fé viva e o senhorio de Jesus em nossas vidas. Afinal, Ele nos dá uma fé livre. LIVRE. Ou seja, eu posso escolher se quero ou não crer n’Ele, mesmo já possuindo o dom. O livre-arbítrio se estende também ao âmbito da fé e, talvez, principalmente a ela. Todos os discípulos eram convidados, mas nem todos aceitavam. Podemos ler em Mt 4,18-22 o chamado de Pedro e André à vida na fé. Eles escolheram seguir Jesus, e foram em liberdade após o Mestre. Entretanto, o jovem rico narrado em Mc 10,17-30 preferiu dizer não a Jesus e permanecer em sua vida velha. Ele não quis a transformação em sua vida e as abdicações que esta implicaria.
      Pensando sobre isso já temos diversos adjetivos ao que tanto falamos em nossas igrejas: a fé é dom, confiança, entrega, liberdade. Porém, não podemos esquecer de um dos aspectos mais importantes da fé – o conhecimento. Como católica já cansei de ouvir católicos que não sabem a diferença entre ressurreição e reencarnação, entre adoração e veneração. E aqui não estou querendo criticar outras religiões, denominações e seitas. Mas, veja bem querido irmão, a questão é muito simples. Se minha fé é vivida em comunidade, e escolho determinada igreja ou crença, automaticamente preciso concordar com a fé que professo e ser fiel a ela. Se vou à Santa Missa é imprescindível que eu conheça o rito, os significados, o que diz cada frase do Credo professado. Já dizia o Senhor através do profeta Oséias, “meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Os 4,6)
      A partir do momento que vou a um lugar em que não conheço a crença estou tomando para mim um jugo, muitas vezes, opressivo. E falando como católica, afinal este blog o é, preciso ter consciência do que minha Igreja professa e exorta. Preciso saber como se dá a crença na intercessão dos santos, na veneração à Nossa Senhora. Saber e compreender a posição sobre o aborto, eutanásia, homossexualismo. E não paramos por aí, porque preciso conhecer os dogmas da Igreja se me declaro católica.
      Me coloco com você na busca por um conhecimento e entendimento melhor não apenas disso, mas de tudo que encerra a nossa fé cristã. Os meios são ilimitados, seja por documentos da Igreja, textos de sites confiáveis, livros de autores com boa formação e pela própria Palavra de Deus. O importante é termos o cuidado de conhecer e, ao lermos algo, sabermos filtrar o que passa pela nossa fé pela luz do Espírito, pois toda leitura deve ser iniciada por uma oração pedindo o discernimento de Deus. Não confundamos crenças, nem sentemos nos bancos de qualquer igreja – seja ela católica ou protestante – apenas para cultivar um pouco nossa espiritualidade. Até porque a fé não é um cultivo do nosso transcendente, mas uma escolha de vida. E sim, eu escolhi a doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana e todo o jugo que ela implica. Eu escolhi  minha fé. E você? Já escolheu a sua?


Thaís Nicolini de Mello
Ministério de Pregação