Pentecostes


          Neste final de semana comemoramos uma grande festa na Igreja, a festa de Pentecostes. 50 dias após a Páscoa e Ressurreição de Jesus o Espírito Santo é enviado aos apóstolos. Mas como entendemos este Espírito Santo? Como sentimos, vemos e vivemos a presença de Deus em nossas vidas através de Seu Espírito?

          Olhemos primeiramente para o Ele como terceira pessoa da Santíssima Trindade. O Espírito Santo é Deus. Ele faz parte da Trindade Santa e é igual em divindade e graça ao Pai e ao Filho. A ascensão de Jesus, comemorada no fim de semana passado, 11 e 12 de maio, foi imprescindível para o envio do Paráclito, Espírito da Verdade, Consolador, Advogado. As denominações dadas pela Palavra são várias, mas o que importa é que entendamos – eu e você - a ação real e verdadeira que Deus quer realizar em nossas vidas pelo poder do seu Espírito.
          O dia de Pentecostes não deve ser vivido como único dia do ano em que voltamos nosso olhar para o Deus Espírito, tampouco deve ser valorizado como único dia de derramamento da graça de Deus. A vivência no Espírito deve ser vivida constantemente, todos os dias. Receber o batismo da graça, no Espírito Santo, não para em um só dia, mas nos mantêm firmes em Deus por toda a nossa vida.
          Prova disso são os próprios apóstolos, que após receberem o batismo no dia de Pentecostes não pararam mais de evangelizar e anunciar a Boa-Nova de Cristo Jesus –era o nascimento da Igreja (Youcat 118). Pedro, inclusive, tornou-se um exímio pregador. Aquele pescador iletrado, por vezes ignorante e impulsivo, discursou no dia de seu batismo no Espírito e foi instrumento de conversão para mais de 3 mil pessoas (At 2, 14-41).
          Nesse sentido temos algumas ações palpáveis do Espírito em nós. Ele nos capacita, encoraja, tira o medo e nos dá intrepidez para anunciar o Evangelho de Jesus. Além disso, derrama em nós seus sete dons e seus carismas (1Cor 12), nos cura, restaura, transforma.
          Mas hoje, véspera de Pentecostes, quero chamar a atenção para algo em especial que o Espírito Santo de Deus faz em nós. Ele nos sacia e nos tira o cansaço. Se lermos Jo 4, 1-26 conheceremos uma mulher cansada e sedenta de Deus – a samaritana. Jesus se achega a ela cansado, com sede física, e usa dessa sede e cansaço para pregar Sua Palavra àquela mulher e resgatá-la do momento que vivia. A sede e cansaço de Cristo espelhavam a situação da alma da samaritana. Jesus lhe oferece o bem mais precioso que poderia oferecer-lhe – sua Água Viva - e promete mais: “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna.”(Jo 4, 14).
          Semelhante a essa mulher, talvez eu e você estejamos na mesma situação. Com a alma cansada, fraca, com sede de Deus. Talvez tudo o que precisemos seja uma gota da Água Viva, a inundar nosso espírito com o Espírito de Deus. Diante de nossas fraquezas e limitações, crises e cansaços, Jesus vem em nosso auxílio e nos oferece a saciedade para nossas angústias. Essa saciedade tem um nome – Espírito Santo.
          Desfrutemos desse tempo litúrgico maravilhoso com o coração mais aberto a Deus, que deseja derramar em nós Sua chuva de graça. Que esse dia de Pentecostes seja um dia de encontro com Deus e de saciedade, mas que não seja o único. Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo, precisa ocorrer todos os dias em nossas vidas. Assuma hoje, com coragem, viver ininterruptamente no poder e graça do Espírito Santo, que nos mantêm fortes diante das adversidades, nos dá a sabedoria para compreendermos a Sagrada Escritura e sacia toda sede e carência que temos enquanto seres humanos.
          Jesus está te esperando no poço com a Água Viva infinita. Você quer bebê-la?

Thaís  Nicolini de Mello
Ministério de Pregação

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